Tese terminada. Ponto final colocado e, ato contínuo, aquela pergunta inevitável: e agora, José?
Não faço parte daquele grupo que, finalizada a etapa do doutorado, vai à caça dos concursos nas Universidades Federais. Não sei se por sorte ou azar, passei no primeiro concurso que fiz, ainda recém saída da graduação, quando ainda pensava que ser arquiteta seria passar a vida desenvolvendo projetos de residências, lojas, restaurantes.
Fui aprovada no concurso e... voilà!, me vi entrando em uma rotina de alunos com alguns poucos anos a mais que eu, aulas que me faziam - e fazem, até hoje - acordar às seis da manhã e ir dirigindo com cara de zumbi até entrar nas salas repletas de pranchetas, e, atrás de cada uma delas, uma carinha também sonolenta que me cumprimentava com aquela palavrinha que passou a me designar incessantemente: 'bom dia, prof!'
Enfim, sou professora há muitos anos. Tantos, que hoje já tenho alunos que formaram, fizeram mestrado e dividem as salas de aula junto comigo, o que, confesso, me dá um super orgulho...
Mas, e a tal da pergunta? E agora, José? Tese terminada, aulas retomadas, o que fazer com os últimos cinco anos da vida nos quais a rotina era acordar, tomar café e sentar no computador para escrever?
Ainda não tenho a resposta para isso. Mas, confesso, já sinto o enorme vazio que o término de um trabalho deste porte causa. Por enquanto, ainda tenho uma desculpa para não encará-lo, ao vazio, de frente: a defesa! E é ela que vem a se tornar o motivo deste post. Afinal, algumas pessoas acompanharam desde o início a minha ida para Paris - que foi o motivo inicial para criar o blog -, as experiências vividas lá, o meu retorno e os meses finais de escrita. Nada mais justo que, agora ao final, sejam convidadas, ainda que virtualmente, para a defesa!
Tive sorte de conseguir que fizessem parte da minha banca pessoas que leio e admiro há muito tempo: o meu orientador, claro, Robert Pechman; os professores do Instituto de Planejamento Urbano e Regional da Ufrj no qual faço o doutorado, Ana Clara Torres Ribeiro e Luiz Cesar Queiroz Ribeiro; e os professores Rubens Machado, da Eca Usp e Nelson Brissac Peixoto, da Puc Sp.
A defesa, então, será dia 16 de dezembro, uma sexta feira, às 10 horas da manhã, no Auditório do Ippur, 5º andar do prédio da Reitoria, no Campus do Fundão, Ufrj. É lá que as minhas "Pontes lançadas sobre o abismo dos desejos: uma investigação sobre o diálogo entre cidade e cinema" terão sua estrutura colocada à prova...
Mandem boas energias e torçam por mim!
Quanto a minha perguntinha com a qual iniciei o texto... de vez em quando voltarei aqui para dar notícias das respostas que, certamente, irei descobrindo para ela.