19.3.11

Deve ser falta do que fazer...


Às vezes, no meio de um livro, um parágrafo me faz estacar. Leio da primeira vez, vou em frente. Mas ele me puxa de volta. Obediente, eu volto. Leio de novo. E mais uma vez. E paro de tentar ir em frente. Já conheço o processo, vou passar umas duas horas pensando naquilo. Não vou conseguir dar atenção plena ao resto do livro naquele momento. É um saco e é bom.
Hoje o trecho que me fez parar foi esse:

"Quando o trem parou na Bahnhof, em Munique, os passageiros saíram como que de um embrulho rasgado. Havia gente de todas as classes, mas, em meio à ela, os pobres eram mais fáceis de reconhecer. Os empobrecidos sempre tentam continuar andando, como se a relocação ajudasse. Desconhecem a realidade de que uma nova versão do mesmo velho problema estará à sua espera no fim da viagem - aquele parente que a gente evita beijar."

Fico com vontade de 'roubar' o trecho, isolá-lo do corpo maior do livro ao qual ele pertence e começar a escrever algo totalmente novo a partir dele. Deve ser falta do que fazer...
Ah, a qual livro o trecho pertence? Não vou dizer! Vai que meu primeiro best seller surge dele...

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