25.4.10

Parc Montsouris






























Bem em frente à Cité Universitaire fica o Parc Montsouris, um parque não muito grande, mas lindo, onde foi filmado o último episódio do filme 'Paris, je t'aime'. Gosto mais ou menos do filme, há seqüências muito bonitas dentre os vinte e um curtas que o compõem (e que são locados nos arrondissements de Paris), inclusive a que é dirigida pelo brasileiro Walter Salles. Há outras, porém, que, a meu ver, não merecem atenção.
A última história, dirigida por Alexander Payne, sempre, sempre, que assisto, inevitavelmente, me arranca lágrimas. Ela é locada no 14eme arrondissement - na verdade, ela passa por vários locais da cidade e termina neste bairro -, exatamente no Montsouris. Trata do preciso momento em que conseguimos captar a alma de uma cidade, aquele instante no qual deixamos que ela entre de verdade em nosso coração - e que nunca diz respeito à locais indicados pelos guias turísticos, ou aqueles que já estamos cansados de ver em fotos.
A protagonista, após vagar por toda a 'Paris' dos turistas, subitamente, se vê sentada no parque, observando crianças brincarem. É ali que acontece: ela cai de amor pela cidade. É lindo e emocionante.
Eu já conhecia o parque, mas na primeira vez que voltei ao Montsouris nesta minha experiência de um ano morando aqui, me peguei com os olhos cheios de lágrimas. Foi inevitável lembrar essa cena do filme, e fazer a ligação dela com as minhas expectativas sobre a cidade. No filme, a atriz termina dizendo algo como: 'foi ali que eu me apaixonei por Paris. E foi ali que Paris se apaixonou por mim'.
Era o meu primeiro dia como moradora dessa linda e assustadora cidade e eu estava no Montsouris. Tudo fascinava. Tudo dava medo. E era inevitável me perguntar se eu me apaixonaria por Paris e se Paris se apaixonaria por mim. Era ainda inverno e o parque tinha um aspecto um tanto árido, com os canteiros nus e as árvores sem folhas. Tudo ainda era uma grande esfinge a me olhar de viés e questionar: quem devoraria ou decifraria quem? Eu e a cidade: seríamos um caso de amor ou uma cansativa batalha durante um ano?
Hoje, depois de quase dois meses aqui, fui, pela primeira vez, fazer um piquenique em um Montsouris totalmente diferente: as flores desabrocharam e o sol saiu. É, finalmente, primavera em Paris. O Parque, que já era lindo, ficou ainda mais deslumbrante. E, sim, senti que ao menos esse pequeno pedaço de Paris se apaixonou por mim.

17.4.10

Não faço idéia...















... de como essa bolinha vermelha foi parar aí. Mas eu não podia perder a oportunidade!
A foto é no pórtico de entrada da Igreja de Saint-Étienne-du-Mont, no Quartier Latin.


13.4.10

Quem disse?...


... que arte não dá em árvore?











































Na Cité Universitaire dá!
É a genial exposição Photosynthese, que pendura fotos nas árvores e postes dentro da Cité e no Boulevard Jourdan.
Para quem quiser ver mais, tem um video muito simpático que mostra a montagem da expo e algumas obras aqui:
A mostra vai até o dia 06 de junho.

12.4.10

Quando menos se espera...


Ela aparece em meio aos prédios!

11.4.10

A morada do coletivo

























"As ruas são a morada do coletivo", escreveu Walter Benjamin. Nesse sentido, e concordando com o filósofo, costumo prestar muita atenção nas manifestações espontâneas deste 'coletivo' que se expressa nas ruas de uma grande cidade. Sempre me intriga como se inicia um hábito qualquer, seja o de se lançar moedas em uma determinada fonte, como no caso famoso da Fontana di Trevi, em Roma, seja o de se deixar tickets de metrô em uma sepultura, como se faz com o túmulo de Sartre no Père Lachaise, aqui em Paris.
O que registrei essa semana e mostro aqui hoje são os cadeados. Na lateral da Pont Solferino, iniciou-se, há algum tempo, essa manifestação: prender cadeados com mensagens. Normalmente com nomes de duas pessoas, ou mesmo de uma família inteira, ou com breves mensagens de enaltecimento à vida ou à cidade, eles aumentam a cada dia. Representam a ligação e os desejos de manterem-se unidos, representam a gratidão pelos bons momentos de uma viagem, e, acima de tudo, representam a espontaneidade e a força que uma manifestação coletiva pode apresentar, mostrando que uma cidade é feita, acima de tudo, de afetos e desejos.
Aí estão eles, portanto: os cadeados da Solferino.



















































9.4.10

Conquistas















Pois é, esse 'exílio voluntário' fora do país tem seus lados negativos. Um deles é perder acontecimentos marcantes na vida de amigos queridos: aniversários, comemorações, conquistas. É desta última que eu estou ausente hoje. Um amigo muito querido está completando hoje algo que lhe tomou tempo, dedicação, talento, e muita paciência para superar percalços. Mesmo sabendo que é desse jeito que vale mais a pena, por vezes, é difícil e desanimador. Acompanhei tudo e torci por ele, e hoje, mesmo de longe, meus pensamentos vão na sua direção e compartilham a sua felicidade e seu orgulho.