26.5.10

23.5.10

O sol saiu...









... e as pessoas também. Foi a ocasião perfeita para testar a nova Nikon!












22.5.10

Cinesthesis 3

Amanhã haverá mais um Cinesthesis. Desta vez, a socióloga Débora Goulart escolheu o documentário brasileiro 'Dia de Festa', de Pablo Georgieff e Toni Venturi, que trata do Movimento dos Sem-Teto de São Paulo através de quatro mulheres que são suas líderes.
A mediação será feita por mim.

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25 de maio

Como na sessão anterior, acrescento, depois de passado o evento, alguns comentários sobre como foi o desenvolvimento da sessão.
Na sua fala, Débora explorou a questão ampla dos movimentos populares, desnaturalizando categorias tidas como já estabelecidas e traçando um panorama esclarecedor sobre alguns conceitos como 'sociedade', 'mobilização social', 'bem estar social', 'legislação' e outros termos que empregamos de maneira tão corriqueira, muitas vezes englobando dentro deles elementos conflitantes e/ou paradoxais. Foi excelente: uma construção de fala clara e estruturada, abordando uma questão complexa de maneira direta sem cair no simplismo.
Na mediação, não consegui escapar das representações culturais (um dos meus interesses principais) e tentei traçar um paralelo das personagens do documentário com o livro 'Pequenas Criaturas', do contista carioca Rubem Fonseca, vinculando-as através do viés da busca de identidade.
Como das outras vezes, tivemos uma participação pequena em termos numéricos, mas bastante efetiva: todos os que estavam presentes participaram da discussão. Filosofia, comunicação, linguística, sociologia e arquitetura tiveram espaço na discussão, que se prolongou até quase à meia-noite.

17.5.10

Prazer

Dando continuidade ao post anterior, no qual falava da minha visita a Giverny e do soberbo trabalho de Monet, no jardim e nas telas:
Fiz a visita com três amigos, de áreas bem diferentes da minha: linguística, farmácia e engenharia. Quando fomos visitar o museu dos impressionistas, que fica também em Giverny, bem próximo do jardim de Monet (recomendo também a visita ao museu, é pequeno, mas está com uma seleção interessante de obras dos impressionistas, incluindo telas de Gustave Caillebotte, que eu adoro!), foi inevitável que eu fizesse um pouquinho o papel de 'tradução' das obras para eles, dando uma contextualizada no estilo e nos principais temas da pintura impressionista. Nada de excepcional, só algumas informações para que eles aproveitassem melhor a visita. Para mim é uma coisa natural falar sobre isso e não me 'soa' como trabalho, ao contrário, é sempre prazeroso.
Ao retornar, conversando com um dos amigos que estava junto, engenheiro, algo que ele disse me chamou a atenção: ele falou da inveja que sentiu ao me ver falar sobre o meu 'trabalho' com tanto prazer. Eu argumentei dizendo algo que para mim era óbvio: que geralmente temos prazer com a área na qual escolhemos fazer nossos estudos. Ele, então, me disse algo que me soou estranho: 'Não é assim para todo mundo. Se alguém vier conversar comigo sobre o meu trabalho em um bar durante o final de semana, vou dar um jeito de cortar o assunto'. Achei espantoso, por mais que agora, olhando retroativamente, o meu espanto pareça ingênuo. É claro, pensando racionalmente, que ele tem toda razão: nem todos tem prazer com seu trabalho. Me dei conta então, do óbvio: a enorme diferença de exercemos algo que nos preenche, nos complementa, passa a nos constituir e nos dá uma sensação de 'conexão' com o mundo. A arte, o cinema e a cidade, meus eternos objetos de estudo, me dão isso. É muito bom, depois de tanto tempo, chegar a essa conclusão: se tivesse que escolher de novo, faria tudo exatamente igual.
Para acompanhar essa reflexões um tanto quanto óbvias, mais fotos de Giverny. Ainda com a câmara velha. Mas... já estou com a minha Nikon Coolpix P100 novinha! Só falta me acostumar com ela...








































15.5.10

Vida como arte

Monet - A ponte japonesa















Cena do filme 'Amor além da vida'









Onde acaba a arte e começa a vida? É inevitável ficarmos com essa questão rondando a nossa mente quando visitamos os jardins de Giverny, construídos por Monet para a sua residência e, mais que isso, para fornecer ao pintor o material sobre o qual ele mais gostava de trabalhar: a profusão de cores e elementos da natureza.
Ontem vivi essa experiência extraordinária: me sentir mergulhada em uma das telas do pintor. Não encontro palavras que dêem conta do que é essa sensação. Uma amiga que estava junto comigo na visita resumiu de forma interessante, lembrando um filme antigo chamado 'Um amor além da vida', dirigido por Vincent Ward, na qual um homem (Robin Willians), depois da morte, tenta encontrar a alma daquela que foi sua mulher (Anabella Sciorra) e que se suicidou. Não gosto muito do filme (tenho implicância com narrativas permeadas por valores religiosos), mas reconheço que a direção de arte de Tomas Voth e Christian Winterr é primorosa, especialmente nas cenas na qual o ator vai parar dentro das pinturas. E foi exatamente assim que me senti ontem, ao passear em Giverny.
No meu caso, há um dado que torna a experiência ainda mais interessante: como sou professora de história da arte, durante muito tempo falei, para meus alunos, a respeito de obras que amava mas só conhecia de longe. E, ao longo dos anos, já aprendi: a cada vez que tomo contato real com um dos exemplares de arte que admiro, tenho a mesma reação: começo a chorar. Foi assim ao ver o 'Nascimento de Vênus' de Botticelli, em Florença, há quinze anos atrás. Foi assim, quando, desavisadamente, entrei em uma sala do museu 'Reina Sofia', em Madri, e dei de cara com 'Guernica'. Já chorei em frente a obras de Pollock, Rothko, Caillebotte, Matisse. A sensação é a de que meu mundo fica maior, mais colorido, com mais sol.
Mas ontem foi a primeira vez que senti meus olhos úmidos com um jardim. Porque Giverny é muito mais que um jardim: é um depoimento de vida. Poderia dizer - correndo o risco de soar piegas - que é uma obra de amor. Amor de um pintor por sua arte, que é maior, muito maior que apenas a suas telas. Mas, sobretudo, o que Monet nos deixa com Giverny é um depoimento, concreto, e formado por muitas cores, formas e cheiros, sobre a beleza e a riqueza da vida.
Recomendo, fortemente, a visita, para os que estiverem pensando em passar por Paris. É perto, quarenta minutos de trem, saindo da estação Saint-Lazare (curiosamente uma das gares mais pintadas por Monet) até Vernon. De lá sai uma navette até Giverny, ou pode-se alugar uma bicicleta por dez euros (custa doze, mas, se pedir, o preço abaixa) e pedalar cinco quilômetros. É um passeio que deve ser feito sem pressa, separando o dia inteiro para ele, e, se possível, em um dia de sol na primavera. Há alguns restaurantes próximos, mas também é possível comprar sauduíches e vinho e fazer um piquenique, como nosso pequeno grupo de quatro amigos fez. Resumindo: um dia delicioso!


















13.5.10

O sertão vai virar mar...


... diz a música tão conhecida no Brasil. Aqui na França, pode ser feita uma nova versão: o asfalto vai virar jardim!
Nos dias 22, 23 e 24 de maio, a famosa Avenue Champs Elysées vai deixar de receber os milhões de automóveis que circulam ali diariamente para dar lugar a um enorme jardim, que comportará 8.000 mudas de mais de 150 espécies vegetais diversas. É o projeto 'Natura Capitale', que pretende cobrir de verde o enorme trecho que se estende do Arco do Triunfo até a Grande Rotatória, no seu extremo oposto.
O projeto é uma iniciativa que faz parte do 'Biodiversidade 2010', e propõe um percurso que se divide entre escultura, instalação e poesia, colocando em questão o papel das cidades e as suas prioridades, segundo Gad Weil, um dos idealizadores da proposta. A finalidade principal é, ainda segundo ele, a de suscitar uma interrogação sobre qual é a relação do homem com a natureza no contemporâneo. A concepção é do artista plástico e paisagista Laurence Medioni.
A ilustração que está aqui é uma montagem do que, se pretende, seja o resultado final. Prometo postar fotos do evento real depois.

A Noite dos Museus



A idéia é genial: uma noite de sábado, na qual todos os os museus do país ficam abertos e serão gratuitos.
Essa é a sexta edição da 'Noite dos Museus' aqui na França. Quase todos, mesmo os maiores como o Louvre, o Beaubourg e o d'Orsay participam, muitos realizam mesmo programações específicas para essa data, como concertos, ciclos de debates, visitas temáticas guiadas, etc...
O difícil é escolher em qual deles ir!

8.5.10

Museu Cluny















O Museu da Idade Média é bem no centro de Paris, misturado ao comércio da Avenue Saint Michel, próximo a uma das saídas do metrô Cluny- La Sorbonne, no Quartier Latin. Não é muito grande e está com uma linda exposição intitulada 'Paris ville rayonnante - arquitetura e escultura das igrejas parisienses do século XVIII'.
Além da exposição, o acervo permanente do museu, a arquitetura do edifício (uma junção de antigas termas romanas do século III e da Abadia de Cluny, do século XV) e os lindos jardins valem uma visita.
Mais informações em:
Abaixo, umas fotos para aguçar o 'apetite'. (ainda com a minha câmera horrorosa. Acho que daqui a uns dez dias as fotos começam a melhorar de qualidade, só dependo agora do prazo de entrega da minha nova Nikon...)







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