7.5.10

Cinesthesis 2

Segunda sessão do Cinesthesis. A primeira foi bem legal. Não tinha muita gente (era domingo de museus gratuitos...), mas todo mundo que estava lá participou da discussão e acabamos ficando até quase meia-noite no Teatro da Maison.
Neste próximo, Alex Leite, filósofo, vai falar sobre o esquecimento à luz de 'Brilho eterno de um mente sem lembranças', do diretor francês Michel Gondry a partir de um genial roteiro do Charles Kaufman. Mediação do publicitário e semiólogo Gladson Dalmonech.

___________ §_____________

10 de maio

Seguindo a sugestão de um amigo que acompanha o blog, deixo algumas referências abordadas por Alex Leite na sua análise do filme sob a ótica do esquecimento:
* O cérebro, assim como a pele, porta essa especificidade: a de guardar marcas, que, se organizadas de forma muito densa, impediriam a simples continuidade da vida de cada um. Assim, o esquecimento, longe de ser uma 'falha' ou fraqueza do cérebro, é, ao contrário, uma das suas potências, ou seja, aquilo que possibilita os recomeços e a continuidade.
* O filme do Gondry aborda exatamente esses recomeços, durante toda a sua trajetória. O sinal mais claro: o próprio filme se estrutura através de dois começos, os créditos - o seu segundo 'começo' - acontecem já decorridos vinte minutos do início da narrativa propriamente dita.
* Gladson, que fez a mediação, utilizou a contribuição de Bergson, falando sobre a possibilidade de reconstrução da história de cada um a partir de suas lembranças, que, não forçosamente, correspondem ao 'real'.
Enfim, foram quase duas horas de discussões a respeito do filme, que derivaram por autores como Spinoza (com o qual Alex trabalha no doutorado), Nietzsche e Bergson. O tema vagueou através de áreas tão diversas quanto filosofia, psicanálise, cinema, arquitetura, sociologia e farmácia, atingindo plenamente o nosso objetivo inicial, que era exatamente o de colocar em diálogo todas essas áreas (aparentemente) tão diferentes das pesquisas de todos aqui na Maison.
É difícil resumir o que foram todas as falas, mas tenho certeza que a maioria dos que estavam presentes saiu do Teatro da Maison com a sensação de que a noite de domingo foi enriquecida através da interação entre nós.

Um comentário:

  1. Nooooossa... como eu queria ter ido... desde qu eu vi o cartaz eu pensei... não posso perder. Mas, tudo bem, foi por um bom motivo. Espero participar de muuuuuuitos outros que virão. Linda a iniciativa! Beijuuuus

    ResponderExcluir