11.4.10

A morada do coletivo

























"As ruas são a morada do coletivo", escreveu Walter Benjamin. Nesse sentido, e concordando com o filósofo, costumo prestar muita atenção nas manifestações espontâneas deste 'coletivo' que se expressa nas ruas de uma grande cidade. Sempre me intriga como se inicia um hábito qualquer, seja o de se lançar moedas em uma determinada fonte, como no caso famoso da Fontana di Trevi, em Roma, seja o de se deixar tickets de metrô em uma sepultura, como se faz com o túmulo de Sartre no Père Lachaise, aqui em Paris.
O que registrei essa semana e mostro aqui hoje são os cadeados. Na lateral da Pont Solferino, iniciou-se, há algum tempo, essa manifestação: prender cadeados com mensagens. Normalmente com nomes de duas pessoas, ou mesmo de uma família inteira, ou com breves mensagens de enaltecimento à vida ou à cidade, eles aumentam a cada dia. Representam a ligação e os desejos de manterem-se unidos, representam a gratidão pelos bons momentos de uma viagem, e, acima de tudo, representam a espontaneidade e a força que uma manifestação coletiva pode apresentar, mostrando que uma cidade é feita, acima de tudo, de afetos e desejos.
Aí estão eles, portanto: os cadeados da Solferino.



















































Um comentário:

  1. Ahhhh eu nunca vi isso!
    Eu quero!!!
    Mas eu sempre quero fazer o que todo mundo faz de diferente!
    Mas será que se todo mundo faz é diferente?!
    :S
    [mas cresce em mim, de leve, bem de leve, um sentimento de invejinha... ichi, isso é um pecado capital (!)]
    :P

    Vamos colocar um cadeado da maison du Brésil?!
    Já pensou...
    rsrsrs

    beijuuus grandes
    YARA

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