11.12.10

A grande roda de bicicleta















Fiquei uns quarenta minutos rodando em volta dela. Olhava, ela me olhava de volta também e dava mais uma volta, como que para se exibir para mim. Dei meia-volta para ir embora umas três vezes, mas, a cada uma delas, voltava sobre os meus passos e tornava a encará-la.
Em um dos meus ouvidos, um bichinho sussurrava: "Vai. Não pensa muito. Quando é que você vai perder esse medo bobo? Francamente!"
O que se empoleirava no ombro contrário dizia na minha outra orelha: "Prá que se arriscar? Você vai acabar tendo um ataque lá em cima. Sozinha. Sem ninguém para te ajudar. Já pensou que vexame?"
E foi assim, mãos frias, tremendo de frio e medo, apavorada, e com essas duas vozes internas 'brigando' dentro de mim que entrei na fila da 'London Eye', a maior roda gigante do mundo.
Eu, que não atravesso nem aquelas passarelas bobas sobre as avenidas. Eu, que na primeira vez que vim para Paris, inventei de subir a Torre Eiffel de escada e travei, no meio do caminho. Não subia nem descia. Não conseguia me mexer. Só tremia e sentia o vento levantando meus cabelos, compridos na época.
Eu, que tenho verdadeiro pavor de altura, surpreendi a mim mesma ao dar mais ouvidos ao meu desejo de ver Londres do alto do que aos meus receios. E fui. As fotos estão aí, para lembrar a mim mesma que, desta vez, eu olhei de frente para um dos medos. E foi lindo!



Nenhum comentário:

Postar um comentário