9.2.12

Finalmente...

Desde pequena o som dele me atrai: rico, complexo, suave ou forte, a depender da ocasião. De Chris Martin (Coldplay) a Keith Jarrett, os músicos de diferentes estilos que o utilizam como meio de expressão sempre me atraíram.
Mas, curiosamente, embora apaixonada pelo seu som, nunca pensei à sério em aprender à tocá-lo. Achava um instrumento por demais difícil, por demais inibidor... imagina, um piano!
E aprender algo assim complicado, já na fase adulta, quando todo mundo sempre diz que aprender um instrumento com perfeição é coisa que se faz desde a infância? Além disso, qual a graça de tocar um instrumento que só eu vou ouvir, já que de 'portátil' ele não tem nada? Todas essas dúvidas paralizantes e aparentemente 'sensatas' me fizeram adiar por anos esse sonho: aprender a tocar piano. Até que um dia parei para pensar de verdade, despida desses conceitos pré-estabelecidos com os quais nos vestimos e tentamos explicar a vida de maneira racional. E descobri que não precisa ter o 'tocar prá quem'. Posso tocar apenas para mim mesma e para quem tiver a paciência de me ouvir, apenas pelo prazer de 'libertar' para o ar algo belo. Tocar com perfeição? pffff..... A esta altura da vida já abandonei os sonhos de perfeição e, muito pelo contrário, já me permito o direito de errar - às vezes feio - nas várias áreas pelas quais caminham os meus interesses. Além disso...
Sempre adorei música e minha vida foi atravessada por diversas 'trilhas sonoras'. Lembro de um dos primeiros presentes que pedi a meus pais, ainda criança: uma vitrola. Daquelas de plástico laranja, que abria e tinha na tampa furinhos redondos por onde saía o som. Na época, cd ainda era uma abstração... Quando passei no vestibular, minha mãe quis me dar um presente e eu escolhi... um disco do Dire Straits! Lembro dos diversos shows que saí 'catando' por aí ao longo dos anos: The Cure, Rolling Stones, Roger Waters, David Bowie, Cranberries, Radiohead... Fora os nacionais: Legião, Titãs, Cazuza, Lobão, Barão, Paralamas (sim, fiz parte daquela geração dos anos oitenta / noventa para quem o rock nacional era o que havia de melhor musicalmente) Hoje em dia, na minha bolsa, nunca falta o pequeno instrumento mágico que tem o poder de me transportar para outros mundos, outras emoções. O iPod, de alguns anos prá cá, tem sido meu companheiro inseparável das caminhadas, das esperas no dentista, no médico, e dos longos trajeto de metrô que fazia quando morava no Rio e em Paris. Aqui em Vitória, o porta luvas do carro está sempre tão abarrotado de cds que, quando abro, eles escorregam e caem... Enfim, eu não vivo sem música perto!
Então, pensando nisso tudo, é que parei para me perguntar: como é que passei esses anos todos sem aprender a tocar nem um instrumento?
Foi pensando nisso tudo que finalmente criei coragem para investir no meu sonho de tantos anos atrás: esta semana comecei a aprender piano!

3 comentários:

  1. Oi Eliana!!! Que lindo!!! Fiquei com vontade de conhecer mais! Eu também aprendi a fazer do Ipod meu grande companheiro de trem, ônibus metrô e tudo mais em que eu estivesse sozinha, viajando, olhando a paisagem... preciso colocar musicas novas nele....

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Nadja! Então, quando tiver 'evoluído' mais no aprendizado vou postando as novidades. Por enquanto o que percebi é que vai ser um processo lento, mas me encantei com a lógica das notas musicais e da construção da partitura. É pura matemática!

      Excluir
  2. Música é muito legal! Não tem idade para aprender, não tem certo ou errado, o importante é o prazer que dá quando se descobre a estrutura de um acorde, a beleza do ritmo e se constrói uma auto estima sem igual, por ter superado uma antes só ouvida melodia. Parabéns Eli! Quem sabe te acompanho na batera? Beijos!
    Ah! E sim música é PURA matemática! R.

    ResponderExcluir