9.3.12

O saber paralisante


Daí a gente, depois de quase cinco anos, termina a tese. Daí a gente acha que sabe tratar de tudo - ou quase tudo - que diga respeito aquele tema. Daí a gente recebe um telefonema do curador de um evento bem legal, que reúne um monte de nomes bacanas em torno de um mesmo tema. Daí vem o convite: 'teu nome foi indicado para compor uma das mesas, você topa?'. E é claro que você topa! O espaço é lindo, o evento é legal, os participante são geniais. E aí você pensa: puxa, é exatamente o tema que me apaixona, tenho um monte de coisa legal prá falar a respeito, dou conta fácil! E daí... daí.... dá um branco!
É verdade, tenho mesmo um monte de coisa legal prá falar (legal para mim, ao menos...), é verdade, passei um tempão pesquisando o tema: desejos e cidades. E é verdade, mesmo com a tese terminada, não entrei naquela 'trip' tão comum de 'nunca mais quero ver esse tema na frente', ou seja, me empolga muito falar do que estudei tanto tempo. Mas, quando paro para decidir o que exatamente vou escolher falar sobre esse tema tão vasto em apenas uma hora... Ah, não é fácil! Estou há dias me embatendo com esse impasse. Daí hoje, vi uma amiga postar essa tirinha do Calvin no facebook. E entendi o quanto isso é comum. Não acontece só comigo o tal do 'saber paralisante'!
De qualquer forma, ter visto a tal tirinha teve o poder de me fazer decidir a maneira de recortar o tema tão amplo e selecionar um eixo. E daí, na semana que vem estarei lá, no Museu da Vale do Rio Doce, falando a respeito de "De quantos desejos se faz uma cidade? A arte cotidiana de construir sociabilidades". Mais uma vez, unindo as minhas duas paixões, cidade e cinema, tentando entender melhor como funciona essa grande colméia humana na qual vivemos...
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Aqui, os textos dos palestrantes disponibilizados para download.

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